A obra de Brodsky centra-se na dureza da vida do trabalhador, na base de um contexto de acidentes de trabalho, esgotamento físico, horários excessivos, tarefas monótonas e problemas relacionados ao estresse.
Um médico sueco cujo interesse se voltou para o comportamento de crianças, no âmbito social e não escolar, tomou emprestado de Lorenz o termo para identificar um comportamento altamente destrutivo de pequenos grupos de crianças, em sua grande maioria voltado para a agressão contra uma criança, especificamente. A investigação desse tipo de comportamento infantil se desenvolveu progressivamente em vinte anos, tendo sido adotado por Leymann para observar um tipo de conduta similar no mundo do trabalho.
Leymann, considerado o precursor moderno dessa temática, adotou o termo mobbing no início dos anos oitenta, não utilizando o termo bullying utilizado pelos investigadores ingleses e australianos, pois este se refere à violência física, mas o termo americano mobbing, já que muitas vezes esta comunicação destrutiva não tem as características da violência física.
Em sua obra, Leymann se propõe a manter o termo bullying para as agressões sociais entre crianças e adolescentes nas escolas, reservando o termo mobbing para a conduta adulta.[3]
Alguns empresários reagiram aos problemas humanos causados pela industrialização e criaram o posto de secretários do bem-estar. Esses secretários existiam para atender às necessidades dos trabalhadores e impedir que eles formassem sindicatos.
Assim, os secretários sociais marcaram o nascimento da administração especializada de recursos humanos, distintamente da supervisão cotidiana de pessoal pelos gerentes operativos, encarregando-os de observar e contornar eventuais conflitos existentes dentro das organizações.[5]
– o homem é um ser eminentemente racional e que, ao tomar uma decisão, conhece todos os cursos de ação disponíveis, bem como as consequências da opção por qualquer um deles;
– existe uma única maneira certa, que, uma vez descoberta e adotada, maximizará a eficiência do trabalho;
– fixados os padrões de produção, era preciso que fossem atingidos. Para isso, eram necessários a seleção, o treinamento, o controle por supervisão e o estabelecimento de um sistema de incentivos e/ou de mecanismos de pressão, que eram mal-disfarçados pela denominação de competitividade interna.[7]
As várias políticas voltadas para a gestão de trabalhadores adquiriram particularidades variadas conforme o setor de atividade. Em pequenas empresas de setores como gráfico, sapatos, mobiliário, nos quais ainda predominava atividade semi-artesanal, o distanciamento em níveis hierárquicos e quanto à qualificação entre patrões e empregados eram menores, manifestando-se padrões mais informais de relacionamento entre ambos. No setor têxtil, o grau de mecanização era maior e o número de empregados por unidade fabril superior.
A imposição coercitiva da disciplina da produção têxtil se configurava como o motor principal do sistema de gestão de uma mão-de-obra de baixa qualificação composta por homens, mulheres e crianças. Essa disciplina era exercida por diversos escalões de hierarquia, fazendo a intermediação de relações assaz perniciosas e prejudiciais entre o capital e o trabalho.[8]
Paradoxalmente, ou talvez nem tanto, a globalização, o tempo da livre circulação de mercadorias e da emergência de um novo direito que redimensione as fronteiras nacionais e impulsione a expansão de direitos para os trabalhadores, é também o tempo da fragmentação extrema do mercado de trabalho.
A emergência de formas de violência no trabalho, o protagonismo dos índices de produtividade e de crescimento das empresas veiculado pela mídia, a expansão de leis específicas para as garantias econômicas, é o sinal dos tempos atuais. O processo de globalização permite explicar a eliminação de barreiras jurídicas, aprofundando a exploração dos trabalhadores, empobrecendo os que estão à margem do processo, polarizando ainda mais ricos e pobres.
As formas de negociação, aplicação, institucionalidade, garantia de direitos, enfim, deixam de depender diretamente da forma e função do Estado, ou seja, da especificidade de cada democracia enquanto regime de governo, para se render, perigosamente, às forças do mercado.[17]